Casos são raros no mundo todo; primeira etapa de separação de gêmeas unidas pela cabeça foi concluída
A primeira fase da cirurgia de separação das gêmeas de Piquerobi (SP), Alana e Mariah, que nasceram unidas pela cabeça, foi concluída no dia 06 de agosto, após 9h30 de trabalho, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP). O procedimento reuniu uma equipe multidisciplinar de 40 pessoas, sendo uma delas a equipe da Tagmavisions, startup que desenvolve treinamentos, visualização e planejamento na área de intervenções em Saúde (Medicina).
Assistida pelo SUPERA Parque, a startup atuou com a criação de um ambiente virtual. Com o uso de óculos de realidade virtual, os médicos tinham acesso a reconstruções tridimensionais dos cérebros e das veias das crianças. Três pessoas da equipe podiam interagir em tempo real e discutir o passo a passo da primeira cirurgia de separação.
“É um caso raro e complexo que exige o máximo cuidado. Foi possível ter uma visão real do cérebro das irmãs. Nossos produtos são criados a partir de imagens médicas fiéis à anatomia de pacientes específicos, como foi esse caso. As primeiras gêmeas siamesas tratadas em Ribeirão Preto também tiveram suas imagens reconstruídas e analisadas pela equipe da empresa”, destaca Carlo Rondinoni, CEO da empresa Tagmavisions.
A expectativa é de que as irmãs sejam submetidas a mais quatro procedimentos até junho de 2023, até a separação completa do cérebro. “Participaremos de todas as etapas, em série e de forma incremental, documentando e atendendo a demanda da equipe na implementação do melhor processamento das imagens e das melhores ferramentas de interação”, acrescenta Rondinoni.
Realidade virtual
Atuando no mercado desde 2019, a startup desenvolve dispositivos que aliam a impressão 3D e a realidade aumentada para o treinamento de médicos e cientistas. Os primeiros trabalhos foram desenvolvidos para reconstruir e visualizar a anatomia de pacientes com epilepsia.
Para o caso das irmãs siamesas, a equipe da Tagmavisions contou com 4 profissionais, que trabalharam por 90 dias, para oferecer uma solução de visualização da anatomia das veias e artérias dentro de um ambiente virtual tridimensional. As imagens médicas (tomografia e ressonância magnética) foram utilizadas para reconstruir a anatomia. Os objetos virtuais foram importados para um aplicativo de realidade virtual, no Oculus Meta Quest2 (óculos de realidade virtual do Facebook).
Três médicos puderam interagir simultaneamente na sala virtual, apontando, conversando e destacando os aspectos abordados na primeira fase da cirurgia. O equipamento VR permite gravar a voz, os movimentos manuais, além das interações entre os usuários e os objetos simulados no ambiente virtual. “O desenvolvimento de cada etapa da separação deverá gerar um acervo virtual didático-pedagógico que poderá ser visitado pelos componentes da equipe médica, familiares e demais interessados”, destaca Carlo.
SUPERA PARQUE
O SUPERA Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, gerido pela Fipase, é resultado de uma parceria entre a Universidade de São Paulo (USP), Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo. Instalado no Campus da USP local, o Parque abriga a Supera Incubadora de Empresas, o Supera Centro de Tecnologia, a associação do Arranjo Produtivo Local (APL) da Saúde, o Polo Industrial de Software (PISO), além do Supera Centro de Negócios.
Ao todo, são 79 empresas instaladas no Parque, sendo: 57 delas no Supera Incubadora de Empresas de Base Tecnológica; e 22 empreendimentos no Centro de Negócios. O Parque Tecnológico está em expansão com a urbanização de lotes para instalação de empresas e a implantação do Container Park, um novo complexo empresarial. Outras informações sobre o Parque estão disponíveis no site superaparque.com.br
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