O projeto Juntas no Supera é uma iniciativa do Parque Tecnológico de Ribeirão Preto; objetivo é criar ações que garantam a participação efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades
O número de mulheres empreendedoras tem crescido em todas as partes do mundo: de acordo com o levantamento feito pelo Global Entrepreneurship Monitor, mais da metade dos novos negócios abertos no ano de 2016 foram iniciados por mulheres. Entretanto, a participação feminina no mundo dos negócios enfrenta diversos entraves.
De acordo com dados do Supera Parque de Inovação e Tecnologia, apenas 30% dos gestores das empresas assistidas pela Incubadora de Empresas de Base Tecnológica são mulheres. Quase a mesma taxa de participação feminina no curso Empreende na Supera: na última edição, 67% dos participantes eram homens, enquanto aproximadamente 33% eram mulheres, sendo que, entre os palestrantes, o número de mulheres é ainda menor: apenas 25%.
Para mudar esse cenário e pensando em formas de incentivar e fortalecer o empreendedorismo feminino, a equipe de gestão de pessoas do Parque Tecnológico de Ribeirão Preto, criou o grupo “Juntas no Supera”. A iniciativa é capitaneada por mulheres e tem o objetivo de criar ações que garantam a participação efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades.
“A ideia é proporcionar um espaço para discussões sobre desigualdades de gênero e sobre como o ambiente e as relações interpessoais no trabalho podem contribuir para reduzir disparidades no acesso às oportunidades”, explica Letícia Melo, consultora de Gestão de Pessoas do Supera Parque. “É muito importante que as mulheres compartilhem suas vivências e desafios, e se apoiem umas às outras para que saibam que não estão sozinhas”.
A consultora explica que a ideia de formar o grupo de mulheres surgiu do levantamento realizado pela equipe. “A partir do levantamento da proporção de homens e mulheres no Parque, da interação nas mídias sociais e do número de currículos que recebemos nos processos seletivos, constatamos o que já percebíamos em nossas vivências: a grande maioria é homem”.
Entre as ações propostas para dar mais visibilidade, representatividade em um espaço predominantemente masculino, o grupo Juntas na Supera trabalha em três pilares: conhecimento, articulação e impacto. No primeiro, oferecendo informações sobre desigualdade de gênero, esclarecendo conceitos e estimulando a troca de experiências.
No segundo, conectando mulheres e apoiando iniciativas em prol da representatividade igualitária e impacto, promovendo mudanças em rede com o objetivo de alterar o cenário e empoderar mulheres. No terceiro, estimulando a empatia com relação ao assunto, promovendo mudanças conscientes com o objetivo de alterar o cenário de desigualdades.
“A formação do grupo Juntas no Supera já teve alguns impactos no ambiente do Parque Tecnológico: as discussões levantaram a demanda de se discutir o tema em reuniões de equipe e fizeram os consultores se atentarem mais quanto à proporção de homens e mulheres selecionados nos processos seletivos, assim como quanto aos convidados a palestrar em eventos ocorridos aqui.”
ENTRAVES
Entre os desafios enfrentados pelas mulheres no mundo dos negócios estão situações delicadas como assédios, interrupções, agressões e a desconfiança da sua capacidade de gerir uma empresa. É por isso que a empreendedora Cris Miura, CEO da startup Pontue – Redação Inteligente, afirma que o ambiente empreendedor pode ser hostil para as mulheres.
“A presença masculina em ambientes de empreendedorismo é maior, são poucas as mulheres em bancas de avaliação em processos de seleção de startups e no papel de mentoras de empreendedores, por exemplo. Isso acaba sendo um fator que dificulta a sensação de pertencimento de outras mulheres ao ambiente”, conta.
Outro fator apontado por Miura, é o acesso ao capital para o desenvolvimento do negócio. “Existem pesquisas que mostram que os investidores se comportam de maneira distinta na avaliação de negócios liderados por mulheres e homens. A tendência é que nos pitchs, a banca avaliadora faça perguntas de promoção para os homens, questionado sobre o potencial de ganhos da empresa”, revela.
Para as mulheres, entretanto, os avaliadores realizam perguntas de prevenção, que levam em consideração questões sobre o potencial de perdas da empresa, capacidade de dedicação ao negócio, formação acadêmica. “Isso faz com que as empresas lideradas por homens acabem levantando mais fundos para o desenvolvimento do negócio já que, aparentemente, apresentam menos riscos para os investidores. O percurso de empreender das mulheres é marcado por desafios e ainda há muito a ser feito pela conquista de espaço nesse meio”, finaliza.
CALENDÁRIO
O próximo evento do Juntas na Supera acontecerá no dia 18 de abril, com a realização de um almoço coletivo, em que cada participante levará um prato de comida de sua preferência, seguido por um bate-papo sobre mitos referentes à alimentação e influência da mídia em nossos hábitos. Participam nutricionistas empreendedoras incubadas no Supera Parque.
Informações podem ser acompanhadas nas mídias sociais do Supera Parque e na página www.superaparque.com.br. Informações: (16) 3315.0735 ou pelo e-mail juntasnosupera@gmail.com.
Sobre o Supera Parque
O Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, gerido pela Fipase, é resultado de uma parceria entre Universidade de São Paulo (USP), Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo. Instalado no Campus da USP local, o Parque abriga a Supera Incubadora de Empresas, o Supera Centro de Tecnologia, a associação do Arranjo Produtivo Local (APL) da Saúde, o Polo Industrial de Software (PISO), além do Supera Centro de Negócios.
Ao todo, são 75 empresas instaladas no Parque, sendo 54 delas na Supera Incubadora de Empresas de Base Tecnológica; 15 empreendimentos no Centro de Negócios e 6 na aceleradora SEVNA Startup.
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