Startups desenvolvem tecnologias para criar superjogadores

DGLab e Sensorial Sports apostam em biotecnologia e neurociências para potencializar o desempenho físico e cognitivo de atletas do futebol

 

Foto: Divulgação/Palmeiras

 

Em época de Copa, o País inteiro para assistir aos jogos da Seleção e discutir o desempenho dos melhores jogadores de futebol do mundo.  Mas o que a imensa maioria dos quase 200 milhões de técnicos do Brasil não sabe é que, além do talento, a tecnologia pode ajudar a elevar a performance dos atletas ao máximo.  É isso que fazem duas empresas do Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, utilizando técnicas de biotecnologia e de neurociências para criar ferramentas que aumentam a performance física e cognitiva.

A DGLab, realiza um teste de DNA que faz um mapeamento genético do atleta e o ajuda a descobrir como aliar os melhores treinos e os melhores alimentos de acordo com as respostas do seu organismo.  “Os estudos mostram que a forma com que o atleta se alimenta, treina, e outros fatores ambientais influenciam na performance, mas 50% a 66% do resultado está diretamente e relacionado com à genética”, explica Rodrigo Caldeira Ramos, desenvolvedor de negócios da empresa.

A empresa aposta em um teste de DNA que, por meio de uma amostra da saliva, gera um relatório com informações específicas sobre como o corpo se comporta frente ao treinamento e aos nutrientes que o atleta ingere. “O teste revela importantes informações como a resposta de treinamento de força, resistência, recuperação, lesões e um relatório de necessidade de macro e micronutrientes”, enfatiza.

 

Inédito no Brasil para fins esportivos, os testes DNAFit têm origem na Europa e já foram aplicados em mais de 50 mil pessoas, inclusive em jogadores de grandes times de futebol na Europa, como os da Premier Ligue inglesa. “Com o relatório em mãos, o atleta, com o seu treinador, pode definir qual o melhor treinamento e a melhor forma de nutrição para obter os desempenhos desejados”, diz.

 

A tecnologia esteve presente, inclusive, nos gramados russos na Copa do Mundo de 2018: o Egito, do craque Salah e que voltou a disputar o torneio depois de 28 anos, utilizou os testes na preparação. “O objetivo foi buscar o aperfeiçoamento dos atletas. E os resultados foram positivos, já que o Egito ficou quase três décadas sem competir em uma Copa”, avalia Ramos

Treinando o cérebro

E se é possível uma ajudinha extra para treinar o físico, a Sensorial Sports aposta na união de técnicas de neurociência e realidade virtual para o desenvolvimento de capacidades cognitivas do atleta. Através de uma Avaliação de Performance Cognitiva, verifica-se a qualidade de reação, tomada de decisão, visão periférica, controle de impulsividade e a atenção do atleta.

Milton Ávila, Diretor Executivo da empresa, explica que, até a década de 80, imaginava-se que as tomadas de decisões eram realizadas em uma área específica do cérebro, o que é incorreto. “Hoje se sabe que nós decidimos quando diferentes áreas trocam informações e entram em consenso sobre a melhor escolha”.

Por isso, treinar o cérebro para dar a melhor resposta possível é, na opinião do empreendedor, o futuro do esporte. “Usar técnicas de neurociências, unidas à biotecnologia, é uma tendência mundial. Acredito que, em cinco ou dez anos, essas técnicas, que estão sendo desenvolvidas de forma pioneira em Ribeirão Preto, estejam em uso em todos os times da série A no Brasil e se tornem indispensáveis”, aposta.

O empreendedor conta que os primeiros testes foram feitos com o time Sub-17 do Palmeiras, em São Paulo: a empresa dividiu os jogadores em três grupos, aplicando cinco medidas de capacidades cognitivas fora de campo. “Os atletas que fizeram parte do grupo experimental participaram de duas sessões semanais de 35 minutos, durante cinco semanas. Eles utilizaram óculos de realidade virtual e foram expostos a estímulos que demandavam rápida reação, tomada de decisão eficiente, utilização de visão periférica, e capacidade de perceber os movimentos de uma cena dinâmica, elementos chaves para uma boa performance no futebol”.

 

Com o treinamento constante do cérebro, foi possível perceber que os atletas submetidos ao processo apresentaram um aumento geral de performance cognitiva (7%) bastante influenciado pelo aumento da Atenção (14%). Essa melhora somente ocorreu no grupo treinado pela startup, o que mostra a efetividade dos métodos. Além disso, e mais importante, é que estes resultados impactaram na prática: o grupo treinado teve um aumento de 20% na efetividade das ações ofensivas dentro de campo quando comparado aos demais, demonstrando a transferência para a prática esportiva. Afinal de contas, este é o objetivo final: treinar o cérebro para expandir as capacidades e impactar a performance na prática. ”, finaliza.

 

Supera Parque

O Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto é resultado de uma parceria entre a Fipase, a Universidade de São Paulo (USP), Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo. Instalado no Campus da USP local, o Parque abriga a Supera Incubadora de Empresas, o Supera Centro de Tecnologia, a associação do Arranjo Produtivo Local (APL) da Saúde, o Polo Industrial de Software (PISO), além do Supera Centro de Negócios.

Ao todo, são 74 empresas instaladas no Parque, sendo: 52 delas na Supera Incubadora de Empresas de Base Tecnológica; 15 empreendimentos no Centro de Negócios e 7 na aceleradora SEVNA Startups.

 

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